quarta-feira, 30 de março de 2011

Como é o "Além" ?




A pergunta desse mês é sinistra. Fora as inquietantes questões existentes na Terra, querem saber como é o Além ou, em outros sinônimos: a terra dos mortos, o céu, a outra dimensão. Não sou um P.h.d em assuntos sobre o além mundo, mas uma vez cheguei perto de conhecer o tal lugar.
 A história aconteceu em um boteco do centro de São Paulo, enquanto fazia um “esquenta” para uma balada open bar. Copo vai, papo vem, logo estava a conversar com algum dos quitutes femininos do recinto. Não percebi se era efeito do álcool, mas a moça parecia uma loirassa daquelas de comercial de cerveja. Após dizer seu nome, algo parecido com Jossy, a moça lançou um desafio, duvidou que eu tomasse um copo de pinga com pimenta, drinque conhecido como dedo de moça. Não titubeei, pedi logo três doses ao garçom. Tasquei tudo goela abaixo. Em instantes minha visão estava turva, tentei levantar, mas as pernas não mexiam, esbocei um grito, mas a voz falhou, assim como o som do bar ficou longínquo e os pensamentos foram tomados pela escuridão.
Quando fiquei consciente, estava em outro local. Encontrava-me em uma sala antiquada com uma televisão velha, daquelas de mudar o canal girando o seletor. No aparelho, passava um filme de pessoas rezando, me recordava o programa Fala Que Eu Te Escuto da Record. Mudei logo de canal, o próximo programa tinha várias loiras bacanas, pensei ter tirado a sorte grande, talvez o Além fosse ficar ali assistindo canal pornô o resto da vida, mas me toquei que as moças tinham umas pernas peludas e uns braços grossos. Não esperei a visão piorar, fui logo tentando voltar no canal dos crentes, mas percebi que o seletor só girava para frente e que não voltava para trás. Avancei logo, na próxima tela a cena era perfeita, mostrava uma paisagem bela, com pessoas de branco cantando músicas natalinas, pensei ser o céu, estava quase decidido a deixar nesse canal, mas lembrei que detestava canções de natal e não vi ninguém bebendo cerveja por ali, bateu uma curiosidade de passar de canal e em seguida, mudar mais uma vez. Assim o tempo passou, eu mudando sempre de canal e vendo um filme diferente a cada momento. Cada cena que aparecia era um misto de tudo aquilo que já lerá sobre o Além. Um canal tinha fantasmas, em outro paisagens paradisíacas e daí por diante. De repente, percebi que muito mais que escolher uma visão de paraíso estava preocupado em saber o que teria no próximo canal. Observei que a necessidade de conhecer o desconhecido era inquietante e que independente da cena mostrada pelo televisor, sempre queria mais.
Notei o quanto o homem é assim, a história passa e apesar das descobertas científicas, sempre nos preocupamos com nossas crenças e em saber sobre a morte e o desconhecido. Uns se apegam a Deus, outros a espíritos, outros mais rezam e por ai vai.
Quando me dei por conta, a tevê mostrava um bar com gente feia e uma mulher aterrorizante olhando para mim, foi quando percebi que o televisor não mudava mais de canal. Como um trovão uma voz ecoou ao longe e escutei: - Ei garoto para de apertar meu nariz. Olhei ao redor e estava de volta ao bar em que tomara as pingas com pimenta, porém, algo acontecera, a Jossy não era uma moça linda, mas um tribufu de nome Jossyscrene. Levantei-me logo dali, chamei meu brother e dei no pinote do bar.
Causo sinistro à parte, a noite tinha que continuar. E lá fui eu para a balada open bar.
Moral da história: Mais vale beber uma loira gelada do que se aventurar a tomar coisas sinistras por ai.

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